O cliente certo, no plano certo: como a análise de perfil reduz prejuízos

Você sabia que muitos prejuízos nos provedores de internet têm origem em um erro simples: colocar o cliente errado no plano errado?

Foi com esse tema que recebemos Caroline Menezes, fundadora da Menezia Consultoria, em mais uma edição do nosso webinar mensal. A especialista em gestão de operações e data science trouxe um conteúdo rico, direto e prático sobre como ajustar o portfólio de planos e entender o comportamento da base de clientes pode reduzir inadimplência, chamados recorrentes e até cancelamentos precoces.

A seguir, reunimos os principais insights que surgiram no bate-papo com dezenas de provedores de todo o Brasil.

O problema começa antes da instalação

É comum encontrar provedores que ainda acreditam que “quanto mais clientes, melhor”. Mas essa lógica, quando aplicada sem critério, vira um tiro no pé.

Clientes mal encaixados no plano tendem a gerar dores silenciosas: chamados recorrentes, inadimplência, insatisfação e até desgaste do time.

Como a Caroline bem colocou:

“A retenção começa na venda. Se eu vendo mal, eu já começo a me entregar do ponto de vista de risco para aquele cliente.”

Ou seja, o problema operacional que estoura no suporte, muitas vezes, começa lá no comercial.

Sinais de que o plano e o perfil não batem

Nem sempre o prejuízo aparece claro na DRE. Às vezes, ele está camuflado no dia a dia da operação.

Durante o bate-papo, Caroline destacou os sinais mais comuns que indicam desalinhamento entre plano e perfil:

  • Clientes que abrem chamados com muita frequência, quase sempre pelos mesmos motivos.
  • Inadimplência constante, principalmente de clientes que contrataram planos acima da realidade financeira.
  • Cancelamentos rápidos, poucos meses após a instalação.
  • Técnicos sobrecarregados, atendendo sempre os mesmos perfis.
  • Reclamações em canais não oficiais, como grupos de WhatsApp da cidade.

São sintomas que, isoladamente, podem parecer pequenos. Mas juntos, formam uma bomba-relógio.

Os dados que mais importam (e como começar)

A boa notícia é que você não precisa de um time de BI nem de ferramentas complexas para começar a ajustar a rota.

Segundo Caroline, os dados essenciais estão ao alcance de qualquer provedor:

  • Nome do cliente e plano contratado;
  • Valor pago (ticket médio);
  • Situação de pagamento (pontualidade, reincidência);
  • Histórico de chamados;
  • Tempo de permanência na base.

Com isso em mãos, já é possível cruzar informações, identificar padrões e descobrir quais planos geram mais chamados, inadimplência ou cancelamentos.

Por onde começar: ações práticas para aplicar agora

Quem participou do webinar saiu com um ponto claro: é possível começar amanhã.

A primeira ação é olhar com lupa para a base atual. Entender quem está mais propenso a dar trabalho, e por quê.

Depois, entra a fase de mapeamento regional. Em algumas áreas, por exemplo, clientes querem apenas internet básica. Em outras, priorizam velocidade e SVAs.

“Não adianta definir plano só olhando para a concorrência. Tem que entender o seu público, região por região”, reforçou Caroline.

Na hora da venda, perguntas simples já ajudam a identificar o perfil:

  • Quantas pessoas usam a internet ao mesmo tempo?
  • Que tipo de uso é mais comum (streaming, trabalho, jogos)?
  • Há dispositivos conectados simultaneamente?

Esse tipo de abordagem torna a venda mais consultiva e o plano mais aderente à realidade do cliente.

Pessoas fazem a diferença (mais do que qualquer ferramenta)

Durante a conversa, ficou claro que os maiores problemas e, as maiores soluções, passam pelas pessoas.

Treinar o time comercial para ouvir, interpretar e orientar bem o cliente é fundamental.

Mas não basta fazer um treinamento e achar que está resolvido.

“Operação é batidão. É reforçar todos os dias o trabalho que precisa ser feito. Time que não trabalha em time, não ganha”, resumiu Caroline.

Feedbacks constantes, reuniões com base em dados e construção de lemas que reforcem a missão do time no dia a dia são práticas simples, mas poderosas.

Casos reais: o impacto de reposicionar planos e clientes

A teoria convence. Mas é a prática que transforma.

Carol compartilhou o caso de um provedor em Minas Gerais que enfrentava alta inadimplência, rotatividade de clientes e excesso de chamados. A equipe estava exausta e a margem de lucro despencando.

Após um trabalho de análise da base, o provedor descobriu clientes com perfil completamente incompatível com os planos contratados.

Foram feitas ofertas de migração, ajustes de contrato e uma revisão no discurso comercial.

“Em vez de empurrar um plano como se fosse um cardápio, o time aprendeu a explicar as diferenças e recomendar o mais adequado”, explicou Caroline.

O resultado? Menos inadimplência, menos chamados, mais satisfação, e mais lucro.

Crescimento com consistência exige foco no encaixe

Ter o cliente certo no plano certo não é um luxo. É uma necessidade para quem quer crescer de forma sustentável.

Quando esse encaixe acontece, o provedor deixa de viver apagando incêndio e passa a operar com previsibilidade, margem e reputação.

“Não é sobre ter mais clientes. É sobre ter os clientes certos, no plano certo e com a experiência certa”, concluiu Caroline.

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